"NOMEADO COM LOUVOR"
Este foi o título da reportagem do Correio
Braziliense do dia 22/12/01 a respeito da seguinte
situação:
O filho do presidente do TJDF, Bruno (aquele
marginalzinho que pôs fogo no índio pataxó), fez
concurso público para o cargo de segurança (12 vagas
disponíveis; salário de R$1.300,00; nível exigido 2º
grau) e ficou em 65º lugar.
Depois do resultado do concurso, o número de vagas
aumentou para 70!
Após 12 dias no cargo, ele foi promovido a dentista
do TJDF para ganhar R$6.600,00. O presidente do TJDF,
Edmundo Minervino, ainda teve a cara-de-pau de
afirmar na entrevista: "Não houve ato ilegal nenhum."
Algumas questões que nós, cidadãos, perguntamos:
- Se Bruno é tão bom assim, por que não fez concurso
para o cargo de dentista?
- Por que aumentar o número de vagas exatamente para
70? Poderia ter aumentado para 66, que o Bruno
entraria...
- Como estão se sentindo as outras pessoas que foram
mais bem colocadas que Bruno no concurso? Será que,
algum dia na vida, estas pessoas vão ganhar
R$6.600,00? E os outros profissionais que já estão
trabalhando há mais tempo no TJDF?
Enquanto a marca Minerva limpa as nossas roupas, o
sr. Minervino suja nosso país com muita lama...
O objetivo desta matérial é tentar alcançar o maior
número de pessoas possível para mostrar como o
coronelismo e paternalismo ainda existem fortemente no
serviço público brasileiro. Tomara que esta máteria
chegue até o sr. Minervino ou ao Bruno ou a algum
promotor de Justiça para impedir essa baixaria...
Quem quiser repassar para frente, será um favor para
o País...
“ Procure manter um sorriso durante todo tempo,
aprenda a obter da vida a alegria, dividindo-a com os outros.”
Não perca amanha: Egotrips
2/28/2002
2/27/2002
Capitulo 9
A ALUCINAÇÃO COLETIVA DO VIRTUAL (PLUNDERPHONICS ALL STARS)
Ah, sim, National também é subversão. Se você está lendo tudo isso e ficando curioso, esse CD é o ápice. Na verdade, não é um CD do National, é uma compilação feita por eles com músicas proibidas de vários artistas que fizeram músicas utilizando-se do conceito Plunderphonics. Segundo eles, o termo foi criado pelo John Osvalds e "basicamente destina-se a sintetizar o processo de apropriação sonora de materiais já feitos por outros artistas (ou seja, música, palavras e outros objetos sonoros)." Tem de tudo: uma faixa rara e inédita do Brian Eno com o David Byrne, uma música do Negativeland com sample de U2, música do John Osvalds feita em cima de Bad, do Michael Jackson, faixa do Tape-Beatles, só com samples de gritos tirados de músicas dos Beatles, e a sensacional Portsmouth Sinfonia, uma orquestra formada por pessoas que não sabem tocar absolutamente nada, tocando uma versão que eu simplesmente não tenho palavras para descrever de Satisfaction, dos Rolling Stones. E ainda Gerogerigegege, Otomo Yoshihide, Mexican UFO Religion e muitos outros. Vale lembrar que os dois do National são os fundadores da associação MACOS - Musicians Against Copyrighting of Samplers. Como já dizia o Chacrinha, não estamos aqui para explicar, mas pra confundir. No verso do encarte, eles ainda fizeram questão de incluir, na íntegra, o texto "A Alucinação Coletiva do Virtual (Nova Hegemonia Elimina o Tempo Histórico e Suprime Até Mesmo a Possibilidade do Apocalipse)", do Jean Baudrillard.
Esse CD não será vendido, mas trocado. É só trazer qualquer CD que você tenha em casa e não queira mais e trocar. Vale qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo. Tudo que vocês trouxerem será reprocessado por eles e usado como matéria para um próximo disco. Pode ser qualquer CD lixo que você tenha, é tudo aceito na troca, nada recusado! ----------------------------------------------------------------------------
Os CDs do National custam R$12 cada, exceto onde indicado.
Você pode encontrá-los na Bizarre:
Rua 24 de Maio, 116
Rua Alta Loja 13
São Paulo SP
2/26/2002
Capitulo 8
SAMPLER VÍRUS 2 (OSAMBA PEDE PASSAGEM)
Mais trasheira. Osamba do crioulo doido. Zoeiras com dance music vagabunda, risos incontroláveis, efeitos na voz, um pique meio Sílvio Santos, música indiana, riffs de guitarra, barulho, o espaço, a fronteira final, caramba caraio, bandas latinas, sons de atari, ironia fina e nem tão fina assim. Como que é a letra mesmo? Nesse CD estão os maiores hits do National, as músicas à la Wesley Willis dedicadas aos Jerssons, à Gisele Bündchen, à Cynthia e o maior hit de todos, a música dedicada ao Farinha, com uma letra extremamente apurada e perspicaz.
Capitulo 7
SAMPLER VÍRUS 1
O lado trash dos gênios. 99 pérolas rápidas e hilárias misturando samples, sons, experimentações, tirações de sarro, Kraftwerk, jazz, Señor Coconut, gritos, batidas vagabundas, barulhos horríveis, sons bonitos, repetições imperceptíveis, palavrões. É uma coletânea de músicas feitas por eles mesmo refletindo tudo o que eles gostam e formas estéticas das mais variadas possíveis. Como eles disseram, "basicamente a estética do tecno-pobre e do minimalismo, plunderphonicas e colagens." Minha loucura preferida desse disco foi o toque de gênio de fundir a Laurie Anderson cantando com um cachorro latindo.
Capitulo 6
CINCO
Você acha genial o Matmos fazer um álbum só com sons de cirurgias e instrumentos médicos? Hah! O National vai mais longe. Esse CD é "o resultado da nossa vida com as máquinas, de como elas nos afetam e influenciam em nosso trabalho." A base desse trabalho são as impressoras (isso mesmo! impressoras de computador!!!) e o "discurso sonoro" delas. Sim, eles conseguiram construir músicas com sons de impressoras trabalhando. Você nunca mais vai olhar para sua impressora da mesma maneira.
2/25/2002
Capitulo 5
C+A - CONSCIÊNCA ARTIFICIAL
Esse é um dos mais complexos, absurdos e desafiadores dos CDs lançados. A idéia dele é homenagear os principais novos artistas da música eletrônica, dos mais obscuros aos mais conceituados. São 13 músicas, cada uma inspirada em um artista e seguindo a estética musical dele, refletindo "uma característica da obra de cada músico citado ou mesmo referências biográficas/mitológicas de cada um". Esse é um disco extremamente ousado e complexo, e por isso mesmo genial. O artista homenageado está no nome de cada música, misturando referências obscuras com piadas requintadas. Quer exemplos? "Mika Vainio e sua Máquina de Escrever no Ônibus Penha-Lapa", "Markus Popp Fritando Ovo na sua Frigideira Tefal que Não Gruda", "O Túmulo de Richard James" etc. E as capas do National, ah, as capas do National.
Capitulo 4
O CIBERESPAÇO NÃO DESORDENADO EXPRIME A DIVERSIDADE DO HUMANO
Esse álbum partiu da fusão de duas idéias diferentes: uma conceitual, inspirado nas idéias do filósofo Pierre Lévy e nos conceitos sobre a "imagem sonora das concepções sobre os novos meios de comunicação", e a outro musical, inspirado no chamado idm, intelligent dance music, a música feita por Aphex Twin, Autechre, Boards of Canada etc etc. Esse é um dos álbuns mais "sérios" do National, misturando muitos samples com batidas diversas, quebradas, sons estranhos e formatos musicais não-tradicionais. E os nomes de músicas! "Vocoder Sem Voz, a Digitalização é a Desmaterialização do Bit", "O Desencantamento do Mundo e o Racionalismo Crescente como Paradigmas da Realidade Quântica" etc. Loucura mesmo. Se você os conhecesse, veria o quanto isso é sério (ou não).
Capitulo 3
CD
Me diz se isso é qualquer coisa menos que genial: esse CD partiu do princípio de Compact Destruction, segundo eles, "idéia de reprocessamento de materiais sonoros a performance em tempo real de outra massa sonora". Como assim? São 4 faixas originais, desconstruídas, abstratas, ambient, e outras 4 que poderiam ser chamadas de remixes das primeiras, ou, como eles preferem, "reconstrução". O som desse disco (maravilhoso, por sinal) traz muitos elementos de uma das grandes influências do National, o Pan(a)Sonic.
2/22/2002
Capitulo 2
NATIONAL INTERPRETA JOHN CAGE VOL.1 (A MÚSICA ESTÁ DENTRO DE VOCÊ)
Segundo os próprios, esse disco é uma homenagem à "concepção zen da obra de John Cage". A idéia de fazer esse disco surgiu quando eles perceberam que não havia nenhum disco do John Cage lançado no Brasil, o que tornava difícil para a maioria das pessoas conhecer a obra dele. Por considerarem-no, junto com Stockhausen, "o maior pensador das novas formas musicais da modernidade, introduzindo o silêncio, o ruído e as atitudes na música", não puderam deixar de homenageá-lo, de forma tão genial. O disco traz a versão do duo para o clássico 4"33'.
Este disco não é pra ser vendido, segundo instruções da banda ele será dado na compra de qualquer um outro do National.
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2/21/2002
Hoje eu descobri que existe uma banda paulista mais maluca do que aqueles projetos no qual eu sempre estou tentando fazer e voces estao de saco cheio de ouvir
Conhece o Nacional? Não? Nem Eu. Mas após ler este texto abaixo que eutirei do site London Burning sua curiosidade vai aflorar (que frescura esse negócio, eu hein...)
Overdose de National
Capitulo 1
Putz, eu não sei nem como dizer isso. Eu sei que vai soar meio estranho, meio absurdo, mas é a mais pura verdade. O fato é que os malucos do National, que já tinham ousado no ano passado lançar dois CDs simultaneamente, cada um com um conceito, resolveram extrapolar e estão lançando nada menos que NOVE CDs de uma vez. É, eu sei, eles são doentes mesmo. Na verdade, eles são um duo, gênios excêntricos... Olhando pra eles você não diz, parecem absolutamente normais... Mas ninguém é tão normal quanto aparenta, muito menos esse dois malucos. Se você está achando tudo muito bizarro, isso é porque você não ouviu os caras descrevendo o conceito e a história de cada um dos 9 álbuns. E porque você nunca saiu para tomar uma cerveja com eles. Acredite, não é menos do que impressionante.
Bom, o lance é esse mesmo, cada um dos 9 CDs tem uma história, um motivo pra existir, um conceito próprio. E não ache que é um conceito qualquer, uma coisa superficial. São as viagens sonoras e/ou ideológicas dos dois, material suficiente para um livro. Ou pelo menos para uma entrevista de três horas. Ou... para 9 CDs.
Os CDs são todos feitos do começo ao fim pelos dois malucos, desde a composição e execução das faixas, gravação, escolha do nome das músicas e dos discos, o design, as confecção das capas, mixagem, masterização, prensagem, tudo. E a distribuição é da Bizarre. Por que distribuição da Bizarre? Porque o Farinha é bonito, mas bonito mesmo, claro.
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MÚSICA PARA MULHERES MUTANTES, INCAS VENUSIANOS E SERES ABISSAIS
Sério, se você gosta de música eletrônica bem feita, está perdendo tempo se ainda não ouviu o National. O som dos caras é absurdo, não deixa nada devendo para nenhum artista gringo de música eletrônica. Esse álbum é inspirado na estética e nas texturas do selo Ninja Tune. É o que mais se parece com o álbum best-seller do National do começo do ano passado, Insônia. A proposta é o disco ter aquele clima mezzo lounge/mezzo eletrônica experimental, cheio de batidas meio trip-hop meio drum'n bass meio o que mais aparecer pela frente e samples muito bem colocados. Eu reconheci uma Ella Fitzgerald ali no meio, mas dá pra ver ainda que eles samplearam óperas, música pop japonesa, música de câmara, narrações surreais e muitas outras coisas irreconhecíveis. Muito melhor que muita coisa do Amon Tobin. E ainda títulos de músicas como "O Vôo Simulado de Stockhausen a Marte, Jupiter e Vênus" e "Ballet Mecânico das Pessoas com Rabo" e referências obscuras ao National Kid e ao livro Curiosidades Médicas.
diariamente aqui um capitulo relando cada um dos nove discos
2/20/2002
Olá para todos!
Já que o carnaval acabou e o ano no Brasil só começa agora, resolvi que vou tentar escrever com frequencia nessa espelunca aqui. hehehe. Seguindo o lema "muito rock, ironia e sacanagem"
NAO ESQUEÇAM : 20:02 20/02 2002 ou ao contrario 2002 20/02 20:02
MEU, ISSO ME DÁ MEDO!
- Retrato pra Iaiá -
Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade. Pois é que assim, em ti, eu me atirei e fui te encontrar pra ver que eu me enganei.
Depois de ter vivido o óbvio utópico - te beijar - e de ter brincado sobre a sinceridade e dizer quase tudo quanto fosse natural ... Eu fui praí e ver, te dizer:
Deixa ser. Como será quando a gente se encontrar ? No pé, o céu de um parque nos testemunhar. Deixa ser como será! Eu vou sem me preocupar. E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.
De perto eu não quis ver que toda a anunciação era vã. Fui saber tão longe - mesmo vc viu antes de mim - que eu te olhando via uma outra mulher. E agora o que sobrou: Um filme no close pro fim.
Num retrato-falado eu fichado exposto em diagnostico. Especialistas analisam e sentenciam: "Deixa ser como será. Tudo posto em seu lugar". Então tentar prever serviu pra eu me enganar. Deixa ser. Como será. Eu já posto em "meu lugar"? Num continente ao revés, em preto e branco, em hotéis. Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
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(3) - Retrato pra Iaiá - (letra: Rodrigo Amarante; música: Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo)