The Dog Hits

Uma espelunca.

11/28/2001

Novo Dead Kennedys é uma "fraude", diz Jello Biafra

Por Thiane Loureiro

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo punk Dead Kennedys, agora atuando sob a alcunha de DK Kennedys, está vindo ao Brasil para uma série de apresentações em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo no início de dezembro. O ex-vocalista do grupo, o lendário Jello Biafra, afirma que a banda remanescente é "uma fraude".

"Eles vão à América do Sul enganar os fãs", disse a lenda viva do punk em entrevista à Reuters por telefone.

"Os fãs têm que decidir se eles querem ou não fazer parte dessa farsa", afirmou Biafra, 44, ao ser perguntado se gostaria que o público boicotasse os shows do DK Kennedys. "Essa banda não tem o mesmo espírito. É movida por ganância."

Biafra se tornou ícone do punk como líder do Dead Kennedys e ativista político, sobretudo quando em 1979, aos 21 anos de idade, concorreu à Prefeitura de São Francisco, na costa oeste dos EUA.

Biafra se desligou por completo do grupo depois de um processo judicial promovido por seus ex-companheiros: o guitarrista East Bay Ray, o baixista Klaus Flouride e o baterista D.H. Pelligro.

No lugar de Biafra está Brandon Cruz, da banda Dr. Know, e o grupo mudou o nome para DK Kennedys para, como disse Bay Ray em recente entrevista à Reuters, para marcar o recomeço de sua história.

Pelligro, Flouride e Ray processaram Biafra alegando que o ex-vocalista deixou de pagar direitos autorais ao restante da banda, que pertence ao selo Alternative Tentacles, de Biafra, criado para lançar os discos do Dead Kennedys e que acabou se tornando uma das principais gravadoras independentes dos EUA.

Biafra confessou ter havido um erro de contabilidade, mas afirmou que os ex-companheiros sabiam que se tratava "apenas" disso.

No final de 2000, a Suprema Corte de São Francisco decidiu a favor do trio e condenou Biafra a pagar uma indenização de 200 mil dólares. Segundo a decisão da corte, todas as questões relacionadas ao Dead Kennedys têm de ser votadas e vence o desejo da maioria.

Assim, Biafra perdeu a voz ativa. Pelligro, Flouride e Ray deixaram a Alternative Tentacles e passaram a lançar discos por outro selo independente, o Manifesto Records.

E o ex-vocalista não esconde a decepção com a retomada da banda que, segundo ele, continua fazendo propaganda como se fosse o antigo grupo.

Biafra está apelando da decisão da Suprema Corte, e criou no site oficial da Alternative Tentacles, o "Legal Defense Fund", através do qual aceita ajuda financeira como "contribuição apenas para o pagamento de despesas legais.

Biafra contou que o motivo real da briga foi o fato dele ter proibido, em 1997, o uso da canção "Holiday in Cambodja" em um comercial da Levi's. "Eles queriam acabar com a filosofia do Dead Kennedys e transformar a música em um jingle coorporativo."

"Agora eles querem roubar o nome e os direitos, e estão me acusando de não ter promovido o Dead Kennedys, sendo que isso foi o que eu mais fiz", acrescentou.

O ex-vocalista disse ter sido o grande responsável pela imagem da banda, atuando como porta-voz para a imprensa e mantendo seus ideais do início ao fim.

"O Dead Kennedys sempre foi um grupo político, de protesto e inovador. Eles nunca moveram uma palha pela banda", afirmou Biafra. "Eu fiz todas as letras, todas as músicas, e eles ainda disseram que eu jamais seria capaz de ter feito as músicas porque não compunha em partitura. Quantas bandas você conhece que escrevem em partitura? Só orquestra faz isso!."

"A Justiça só acredita neles porque não conhece a banda e a encara do ponto de vista capitalista, como um grupo pop que deveria ter se vendido de todas as formas", contou Biafra.

"Se eles resolvessem voltar com a banda, eu não me oporia. Mas não posso concordar com o que eles estão fazendo comigo. Eles querem acabar comigo, com a minha imagem e com a Alternative Tentacles."

"O Ray me acusou, depois de todos esses anos, de acabar com a vida dele ao ter recusado um contrato com a Polydor Records. Ele nunca imaginou que eu teria deixado a banda se isso tivesse acontecido."

"O Ray sempre causou problemas por causa de dinheiro. Ele sempre quis ganhar dinheiro com a banda. Acho que ele queria que tivéssemos sido o Green Day. Mas esse não era o objetivo do Dead Kennedys nem do punk rock quando o movimento surgiu", contou o ex-vocalista, acrescentando que Pelligro e Flouride eram seus melhores amigos.

"Me sinto mais do que traído. Mas cansei de tentar passar valores morais para essas pessoas. O Pelligro, o Klaus e o Ray que eu conhecia morreram, não existem mais."

Embora afirme que o processo na Justiça tome todo o seu tempo, Biafra não deixa de se envolver com ativismo político. Atualmente ele está apenas lançando o que chama de "spoken words", ou discos contendo discursos.

O ex-vocalista disse que prefere se concentrar no selo Alternative Tentacles, pelo qual produz todo tipo de música, de country a hip-hop, afirmando que o objetivo da gravadora é "lançar várias bandas, coisas inovadoras, porque esse é o verdadeiro espírito punk."

No ano passado, ele foi um dos indicados do Partido Verde para concorrer à Presidência dos Estados Unidos, mas acabou perdendo para Ralph Nader nas prévias, e se concentrou em fazer campanha para o correligionário. Biafra não descarta a possibilidade de se envolver novamente com uma candidatura, mas afirmou não estar pensando nisso por enquanto.

Se ele voltaria com o Dead Kennedys algum dia? "Não posso dizer que nunca faria isso, mas não gosto de nostalgia. Não penso em ficar cantando músicas velhas se posso fazer coisas novas."



Novo Dead Kennedys é uma "fraude", diz Jello Biafra

Por Thiane Loureiro

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo punk Dead Kennedys, agora atuando sob a alcunha de DK Kennedys, está vindo ao Brasil para uma série de apresentações em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo no início de dezembro. O ex-vocalista do grupo, o lendário Jello Biafra, afirma que a banda remanescente é "uma fraude".

"Eles vão à América do Sul enganar os fãs", disse a lenda viva do punk em entrevista à Reuters por telefone.

"Os fãs têm que decidir se eles querem ou não fazer parte dessa farsa", afirmou Biafra, 44, ao ser perguntado se gostaria que o público boicotasse os shows do DK Kennedys. "Essa banda não tem o mesmo espírito. É movida por ganância."

Biafra se tornou ícone do punk como líder do Dead Kennedys e ativista político, sobretudo quando em 1979, aos 21 anos de idade, concorreu à Prefeitura de São Francisco, na costa oeste dos EUA.

Biafra se desligou por completo do grupo depois de um processo judicial promovido por seus ex-companheiros: o guitarrista East Bay Ray, o baixista Klaus Flouride e o baterista D.H. Pelligro.

No lugar de Biafra está Brandon Cruz, da banda Dr. Know, e o grupo mudou o nome para DK Kennedys para, como disse Bay Ray em recente entrevista à Reuters, para marcar o recomeço de sua história.

Pelligro, Flouride e Ray processaram Biafra alegando que o ex-vocalista deixou de pagar direitos autorais ao restante da banda, que pertence ao selo Alternative Tentacles, de Biafra, criado para lançar os discos do Dead Kennedys e que acabou se tornando uma das principais gravadoras independentes dos EUA.

Biafra confessou ter havido um erro de contabilidade, mas afirmou que os ex-companheiros sabiam que se tratava "apenas" disso.

No final de 2000, a Suprema Corte de São Francisco decidiu a favor do trio e condenou Biafra a pagar uma indenização de 200 mil dólares. Segundo a decisão da corte, todas as questões relacionadas ao Dead Kennedys têm de ser votadas e vence o desejo da maioria.

Assim, Biafra perdeu a voz ativa. Pelligro, Flouride e Ray deixaram a Alternative Tentacles e passaram a lançar discos por outro selo independente, o Manifesto Records.

E o ex-vocalista não esconde a decepção com a retomada da banda que, segundo ele, continua fazendo propaganda como se fosse o antigo grupo.

Biafra está apelando da decisão da Suprema Corte, e criou no site oficial da Alternative Tentacles, o "Legal Defense Fund", através do qual aceita ajuda financeira como "contribuição apenas para o pagamento de despesas legais.

Biafra contou que o motivo real da briga foi o fato dele ter proibido, em 1997, o uso da canção "Holiday in Cambodja" em um comercial da Levi's. "Eles queriam acabar com a filosofia do Dead Kennedys e transformar a música em um jingle coorporativo."

"Agora eles querem roubar o nome e os direitos, e estão me acusando de não ter promovido o Dead Kennedys, sendo que isso foi o que eu mais fiz", acrescentou.

O ex-vocalista disse ter sido o grande responsável pela imagem da banda, atuando como porta-voz para a imprensa e mantendo seus ideais do início ao fim.

"O Dead Kennedys sempre foi um grupo político, de protesto e inovador. Eles nunca moveram uma palha pela banda", afirmou Biafra. "Eu fiz todas as letras, todas as músicas, e eles ainda disseram que eu jamais seria capaz de ter feito as músicas porque não compunha em partitura. Quantas bandas você conhece que escrevem em partitura? Só orquestra faz isso!."

"A Justiça só acredita neles porque não conhece a banda e a encara do ponto de vista capitalista, como um grupo pop que deveria ter se vendido de todas as formas", contou Biafra.

"Se eles resolvessem voltar com a banda, eu não me oporia. Mas não posso concordar com o que eles estão fazendo comigo. Eles querem acabar comigo, com a minha imagem e com a Alternative Tentacles."

"O Ray me acusou, depois de todos esses anos, de acabar com a vida dele ao ter recusado um contrato com a Polydor Records. Ele nunca imaginou que eu teria deixado a banda se isso tivesse acontecido."

"O Ray sempre causou problemas por causa de dinheiro. Ele sempre quis ganhar dinheiro com a banda. Acho que ele queria que tivéssemos sido o Green Day. Mas esse não era o objetivo do Dead Kennedys nem do punk rock quando o movimento surgiu", contou o ex-vocalista, acrescentando que Pelligro e Flouride eram seus melhores amigos.

"Me sinto mais do que traído. Mas cansei de tentar passar valores morais para essas pessoas. O Pelligro, o Klaus e o Ray que eu conhecia morreram, não existem mais."

Embora afirme que o processo na Justiça tome todo o seu tempo, Biafra não deixa de se envolver com ativismo político. Atualmente ele está apenas lançando o que chama de "spoken words", ou discos contendo discursos.

O ex-vocalista disse que prefere se concentrar no selo Alternative Tentacles, pelo qual produz todo tipo de música, de country a hip-hop, afirmando que o objetivo da gravadora é "lançar várias bandas, coisas inovadoras, porque esse é o verdadeiro espírito punk."

No ano passado, ele foi um dos indicados do Partido Verde para concorrer à Presidência dos Estados Unidos, mas acabou perdendo para Ralph Nader nas prévias, e se concentrou em fazer campanha para o correligionário. Biafra não descarta a possibilidade de se envolver novamente com uma candidatura, mas afirmou não estar pensando nisso por enquanto.

Se ele voltaria com o Dead Kennedys algum dia? "Não posso dizer que nunca faria isso, mas não gosto de nostalgia. Não penso em ficar cantando músicas velhas se posso fazer coisas novas."



11/27/2001

A Sombra do vampiro

Em 1922, o alemão Friedrich W. Murnau (1888-1931) dirigiu um dos maiores clássicos do cinema, "Nosferatu" ("Nosferatu, eine Symphonie des Grauens"), tido como um dos melhores, senão o melhor, filme sobre vampiros. Como Murnau não conseguiu os direitos autorais de "Drácula", negados pela viúva de Bram Stoker, decidiu alterar o nome de seu vampiro, de Conde Vlad para Conde Orlok, e de sua procedência, da Transilvânia para Bremen, Alemanha. "Nosferatu" marcou o cinema não só pelos arrojos de produção, limitados pelas técnicas existentes na época, mas também por retratar o vampiro de forma realista, sem o glamour de um galã sanguessuga, mas como um ser medonho condenado a sofrer na eternidade. Nesse ponto, a performance excepcional de Max Schreck (1879-1936) reforçou a abordagem de Murnau. Schreck, em sua estréia, no papel que o consagrou, convenceu a todos - e se colocou um passo à frente de Bela Lugosi (1882-1956), de Christopher Lee e de Gary Oldman, os Dráculas mais destacados do cinema. De tão assombroso, o empenho de Schreck suscitou idéias bem curiosas nas mentes férteis do diretor E. Elias Merhige e do roteirista Steven Katz, responsáveis por "A Sombra do Vampiro" ("Shadow of The Vampire"), de 2000. Não seria Schreck um vampiro de verdade?Lógica artística"A Sombra do Vampiro" se ambienta em 1922, durante as filmagens de "Nosferatu". Excêntrico ao máximo, Murnau (John Malkovich) esconde de sua equipe os detalhes que cercam a mais ambiciosa de suas produções. Apenas esclarece que as cenas externas serão filmadas num velho casarão e numa caverna obscura. Responde, também, às dúvidas sobre o ator principal, o desconhecido Max Schreck (Willem Dafoe, maquiagem, sotaque e trejeitos perfeitos), descoberto por Murnau em algum teatro alemão. Segundo o diretor, Schreck se aprofunda no personagem, vive-o intensamente, como técnica própria de interpretação. Mas o cineasta não revela o mais importante: Schreck é, na verdade, o próprio vampiro no qual a história se baseia.A negociação arriscada que Murnau mantém com o monstro tem uma lógica artística. Ao confrontar o elenco com o próprio Nosferatu, o diretor pretende conseguir atuações mais convincentes, mais realistas. Quando questionado sobre sua decisão de utilizar pessoas comuns como figurantes, Murnau diz: "não tem problema, eles não precisam interpretar, eles só precisam ser". Claro, as manias do diretor, caracterizadas com certo exagero pelo grandiloqüente Malkovich, resultam em desastre. Em nome de seu filme, Murnau se mostra mais monstruoso do que o vampiro.Mais do que oferecer uma trama ficcional, um suspense com dose forte de humor negro, "A Sombra do Vampiro" homenageia com primazia o grande clássico e levanta duas questões que envolvem o próprio cinema. Primeiro, até que ponto um ator precisa se entregar ao personagem, entrar no papel, para lhe confiar fidedignidade? Max Schreck, o vampiro, leva o lema ao limite. E, segundo, o sacrifício é legítimo em nome da arte? Pelo menos neste filme, F. W. Murnau decide que sim.

11/23/2001

Trail of Dead promete delírio e destruição em turnê brasileira



Por Tiago Pariz

SÃO PAULO (Reuters) - Os texanos do "And You Will Know Us By The Trail Of Dead" chegaram ao Brasil para uma turnê por cinco cidades (Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, São Paulo e São Carlos), onde irão promover o seu último álbum, "Madonna", lançado aqui pela Trama em conjunto com o selo Motor Music.

Em uma recente entrevista por email, o vocalista e guitarrista Neil Bush disse que estava tão ansioso para os shows no Brasil quanto um apaixonado prestes a ter o primeiro encontro com sua amada.

"Queremos causar uma impressão permanente, como o prelúdio de uma longa e duradoura relação", afirmou Bush, acrescentando que a vontade de tocar em terras brasileiras existia há cerca de um ano, quando o grupo participou de uma turnê pelos EUA com a banda Superchunk.

"Em uma conversa, eles mencionaram que seu lugar favorito para shows era o Brasil. Fizemos alguns contatos para lançar nosso disco no país e, agora que conseguimos, vamos sair em turnê para divulgá-lo", contou o guitarrista. "Se os shows forem um pouco parecidos com o que as bandas nos dizem, acho que nos daremos muito bem."

Bush aposta que o público brasileiro se surpreenderá com o Trail of Dead. "A troca entre os músicos e os fãs pode gerar rapidamente um delírio", disse ele.

Essa energia contagiante pode ser conferida em listas de discussões na Internet. Em uma dela, o jornalista Luciano Vianna, do site indie London Burning, descreveu o show do grupo no Garage, em Londres, como um "Iggy Pop multiplicado por três".

"Os caras são tão malucos no palco, que no final da segunda música a bateria já tinha sido derrubada duas vezes e os amplificadores já estavam no chão", contou Vianna. "Na primeira música, a segunda corda da guitarra arrebentou. Parar o show? Trocar a guitarra? Que nada, o cara foi mudando a afinação das outras cordas no meio da música e continuou até o fim."



CULTO SOMBRIO

"And You Know Us By The Trail Of Dead" é um nome curioso e enorme. Bush explica: "É uma invocação de um antigo culto de morte, no qual os participantes se alimentam da energia de abatidos inimigos, misturando sangue com vinho e fazendo rituais de orgia bêbados."

Esses texanos acreditam descender desses praticantes. "Pouco se sabe sobre o que ocorreu com esse culto. Alguns acreditam que os participantes sobreviveram aos colonizadores e cristãos, escondendo suas crenças", contou Bush. "Seus descendentes podem ainda andar entre nós."

Mas o tom diabólico do nome está longe exprimir a afinação da música do Trail of Dead. As principais influências da banda são Sonic Youth e The Who.

"Acho que levamos um pouco adiante o que o Sonic Youth nos ensinou. Conseguimos explorar ainda mais suas experiências em diferentes direções", disse o guitarrista. "Com certeza eles são o pavio das imaginações de toda uma geração nos EUA."

Em relação ao álbum "Madonna", Bush contou que o título foi escolhido porque o lirismo do disco trata da criação e destruição de ídolos e ícones, e nada melhor do que um rock n' roll caótico (como eles mesmos se definem) para estraçalhar tais "crenças".

"(A destruição) ocorre no estado espiritual e da cultura pop", definiu Bush, comparando a façanha às obras de Andy Warhol, que explorou em seus quadros a massificação dos produtos e da sociedade consumidora.



11/21/2001

O dia em que Ian McCulloch levou Morissey numa churrascaria

Por Alexandre Petillo

O rock sempre foi rico em histórias folclóricas. Certa vez, Jerry Lee Lewis foi preso tentando invadir a casa de Elvis, Graceland, porque simplesmente tinha sonhado que o “Rei estava se sentindo sozinho”. Para entrar para o rol das loucas histórias desses roqueiros maravilhosos, Ian McCulloch resgatou uma pérola do início de sua carreira. Com vocês, pelo próprio Mr. McCulloch, “O dia em que Morissey foi a uma churrascaria”.
“Em 1983, um jornalista conhecido meu, que trabalhava em uma revista de Londres, pediu para fazer uma entrevista conjunta comigo e com o Morissey. Recusei, não queria dividir espaço com ninguém, muito menos com um cara que eu não fazia a menor idéia de quem fosse. No entanto ele fez o mesmo pedido para o Morissey.
Perguntaram a ele quem ele gostaria de entrevistar e ele me escolheu. Recuse de novo. Mas ficaram insistindo até que eu acabei cedendo, com a condição de que a entrevista fosse em Liverpool, acabei escolhendo um restaurante que freqüentava bastante para a entrevista. Como bom carnívoro pedi um bife. Foi horrível. O cara era vegetariano, cheio de frescura, e ainda pediu um refrigerante de cereja, porque também não bebia! E ele ainda pronunciava as palavras com uma arrogância incrível. Acho que ele queria passar aquela imagem do jovem que havia lido Oscar Wilde e todos os livros já escritos na face da Terra.
Eu acabei falando um monte de bobagens naquele dia para animar a conversa. Só para provocar o cara eu comecei a passar o bife, agora eu não sei se foi carne de vaca ou pato, enfim, foi uma das duas carnes, enfim, comecei a passar as garfadas realmente perto do nariz dele. Comecei a falar, “cheira, isso é que é comida de gente”. Eu parecia um primata, cortando e comendo como se estivesse acabado de caçar o animal. Já ele ficava todo cheio de modos, comendo devagarinho, como se tivesse incorporado toda a educação britânica. Para completar, eu ainda bebi muitas cervejas, que me fizeram falar muitas bobagens.
Pensando bem, agora, foi uma historia bem engraçada. Depois o Morissey me mandou aquele álbum com o soldado na capa, acho que é o Meat is Murder com uma dedicatória que dizia: “Love, Morissey”. Eu nunca ouvi aquele disco. Meu toca-discos estava quebrado, e aquele me pareceu um bom motivo para não conserta-lo nunca mais. Eles eram o tipo de rapazes que não gostavam de futebol, não jogavam futebol, viraram vegetarianos, não bebiam.
Quando eles estouraram, eu fiquei assustado em ver como existia gente assim no mundo. Mas eu não tinha planos de virar um menino tímido, sentado sozinho no quarto pelo resto da vida, queria sair para aprender a jogar futebol, brigar na rua, essas coisas. Isso foi muito engraçado” (risos).

11/13/2001

i might be wrong


(Thom Yorke)


i might be wrong
i might be wrong
i could have sworn i saw a light
coming on

i used to feel
i used to feel
there was no future left at all
i used to think

open up and let me in

let's go down the waterfall
think about the good times and never look back
never look back

what would i do?
what would i do
if i did not have you?

start again begin again

let's go down the waterfall
have ourselves a good time it's nothing at all
nothing at all
nothing at all

the waves roll out come in again
the waves roll out come in again


lyrics:amnesiac

11/09/2001

Essa é a sinistra história que envolve a disco Kid A, da banda inglesa Radiohead e o filme A Bruxa de Blair. Leiam e façam a experiência!


KID A & BRUXA DE BLAIR

Parece que Kid A foi feito exatamente para A Bruxa De Blair, pois tudo caminha lado a lado perfeitamente. Se você nunca assistiu ao filme, é aconselhável assisti-lo normal primeiro e depois então assisti-lo com o Kid A.
Instruções: faça um programa com as dez musicas do CD, mais as três primeiras; “1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 1, 2, 3” (uma outra versão do CD possui 11 trilhas, então, coloque as 11 no programa, já que essa é a hidden track, que está emendada com a décima faixa no Kid A comum, mais as três primeiras).
Talvez você tenha que voltar um pouco a fita (ou DVD) para conseguir soltar na hora certa, pois, mostra a personagem Heather carregando as mochilas e só depois aparece o carro parado. Deve-se soltar as musicas exatamente quando Heather aparece com as mochilas.

AS LIGAÇÕES

“Everything In Its Right Place”: Parece ser um aviso aos tres estudantes com os versos; “everything/ everthing/ everything/ everything in its right place...”. Talvez porque eles estivessem invadindo um local, que nao é o lugar deles. No acampamento, Josh fala ter ouvido barulhos, quando se ouve dois barulhos no CD.

“Kid A”: Essa faixa dá um aspecto muito sinistro no filme; “the rats and children fallow me out of town/ the rats and children fallow me out of their homes”. Faz sentido, por estarem no meio da floresta, longe de suas casas à procura de algo que nem sabem o que é. Antes de entrarem na floresta, são chamados de “crianças” por um senhor que estava pescando (daí porque “children”).

“The National Anthem”: A musica começa quando estão chegando no local das pedras, o suposto cemitério. Observe como a música acompanha a câmera. O clima criado com essa musica é realmente assustador, muda completamente do que se assistido sem o CD.

“How To Dissapear Completely”: Os estudantes começam a se arrepender de estarem ali. Veja como os versos se direcionam a eles: “I’m not here/ This isn’t happening/ I’m not here/ I’m not here”.

“Treefingers”: A faixa é tocada num momento de tensão, dando um clima bastante emocionante e acaba exatamente quando o clima muda.

“Optimistic”: A faixa continua levando o filme. Talvez os versos: “If you try the best you can/ if you try the best you can/ The best you can is good enough” sejam direcionados a eles, por estarem ali e nao terem conseguido fazer nada certo.

“In Limbo”: Quando eles encontram os bonequinhos de Madeira pendurados nas arvores e ficam olhando sem saber o que significa, pode-se ouvir os versos no disco: “I got a message I can’t read/ Another message I can’t read”. Amusica segue calma, até que a barraca é atacada (por sei lá o que), então a musica fica extremamente confusa, dando um aspecto muito sombrio à cena.

“Idioteque”: No fim da musica, a câmera fica parada sobre Josh, enquanto é repitido o verso: “The first of the children”. E Josh é o primeiro (das crianças) a desaparecer.

“Morning Bell”: Não identifiquei nenhuma relação especial desta musica com a cena em que é tocada, mas ainda assim, acompanha o filme.

“Motion Picture Soundtrack”: Mike diz ter vontade de beber vinho tinto, um pouco depois de ter sido sugerido pela música. Josh já desapareceu, Heather e Mike estão pirando, quando são cantados os versos: “I think you’re crazy, maybe/ I think you’re crazy”. Depois que a musica acaba, fica um tempo em silencio e começa então a Hidden Track. É impressionante a sincronia. Os dois que restaram ouvem barulhos, enquanto a Hidden Track está tocando, e você pode ler na legenda “parou” exatamente quando essa musica acaba.

“Everything In Its Right Place”: Desta vez, soa como ironia, como se já tivesse dado o aviso e agora estivesse confirmando e explicando a mensagem.

“Kid A”: É interessante ver Mike curtindo e cantando essa musica. A parte mais assustadora é quando Heather pede desculpa aos pais deles e chora diante da câmera. Então ouve-se o verso: “come on kids”. Heather olha para o lado e vai correndo atender o chamado.

“The National Anthem”: Heather e Mike correm seguindo vozes e chegam em uma casa abandonada. A musica é fundamental. Chega realmente dar medo essa última cena. A música sincroniza perfeitamente com essa cena final.

11/05/2001

Dead Kennedys vem ao Brasil sem Jello Biafra e com novo nome

Por Thiane Loureiro

SÃO PAULO (Reuters) - A banda punk californiana Dead Kennedys virá ao Brasil pela primeira vez em dezembro para uma apresentação em Curitiba e duas em São Paulo sem seu lendário vocalista, Jello Biafra, e com outro nome: DK Kennedys.

Biafra se desligou por completo da banda depois de um processo judicial promovido por seus ex-companheiros: o guitarrista East Bay Ray, o baixista Klaus Flouride e o baterista D.H. Pelligro. No lugar de Biafra está Brandon Cruz, da banda punk Dr. Know, e o Dead Kennedys decidiu mudar de nome para marcar o recomeço de sua história.

"Esse (o processo contra Biafra) foi um episódio muito ruim e decidimos retomar a banda e seguir adiante", desabafou Bay Ray em entrevista à Reuters por telefone.

"Biafra tinha mais aparição na mídia, mas isso não queria dizer que ele era A banda. O Dead Kennedys era um time. Fazíamos tudo juntos. E hoje continuamos os mesmos. A banda é a mesma", disse o guitarrista.

"Fizemos um show em Los Angeles em setembro e os ingressos se esgotaram. Cerca de 300 pessoas ficaram do lado de fora tentando entrar. O público foi muito receptivo... Todo mundo realmente adorou e por isso decidimos continuar nos apresentando."

No Brasil, o Dead Kennedys vai tocar dia 2 de dezembro na Broadway, em Curitiba, e dias 3 e 4 de dezembro no KVA, em São Paulo, conforme um email enviado à Reuters por Bay Ray.

"Será a nossa primeira visita ao Brasil e vamos tocar as músicas do Dead Kennedys. Somos o Dead Kennedys e realmente acho que os fãs vão gostar de nos ver."

A BRIGA

Bay Ray disse que, em 1997, um funcionário da Alternative Tentacles Records, da qual Biafra é dono, contou que a gravadora estava deixando de pagar direitos autorais aos integrantes do Dead Kennedys.

"Ficamos sem receber por quase 10 anos", afirmou Bay Ray, acrescentando que Biafra, durante uma tentativa de negociação, se recusou a ressarcir a banda e propôs uma briga na Justiça.

Assim, Bay Ray, Flouride e Pelligro quebraram o contrato com a Alternative Tentacles e entraram com um processo contra Biafra, em 1998. O julgamento aconteceu em maio de 2000 e durou três semanas.

"O júri achou que Biafra nos fraudou propositadamente. Nós criamos o Dead Kennedys juntos, colaboramos uns com os outros e cada um de nós merecia uma parte daquilo que era conseguido com o nome da banda", disse Bay Ray, numa segunda conversa telefônica com a Reuters.

Em dezembro do ano passado, uma juíza da Suprema Corte de São Francisco decidiu que a banda estaria livre dos encargos relativos à quebra de contrato com a Alternative Tentacles e concedeu os direitos sobre o Dead Kennedys a Bay Ray, Flouride e Pelligro.

A juíza também determinou que os 76 mil dólares que os integrantes do grupo deixaram de receber por quase uma década deveriam ser ressarcidos num total de 200 mil dólares. Segundo Bay Ray, Biafra apelou das decisões, mas ele duvida que o ex-vocalista consiga reverter a situação. Ele afirmou ainda que Biafra continuará a receber royalties por suas composições.

RELANÇAMENTOS

Atualmente, o Dead Kennedys está sob o selo independente Manifesto Records. Em setembro, quatro discos -- "Plastic Surgery Disasters", "Frankenchrist", "Bedtime for Democracy" e "Give me Convenience or Give me Death" -- foram remasterizados e lançados novamente.

"A gravação digital melhorou muito a qualidade dos discos. Agora é possível ouvir todo o som da banda claramente", disse Bay Ray.

Além desses quatro álbuns, um disco ao vivo, "Mutiny on the Bay", também foi lançado pela Manifesto, com gravações de shows antigos da banda, sendo algumas inéditas.

"Agora estamos ansiosos para ir ao Brasil e esperamos que dê tudo certo", afirmou o guitarrista.

BIAFRA SE DEFENDE E PEDE AJUDA DOS FÃS

Em seu último comunicado divulgado em 10 de setembro no site da Alternative Tentacles, Biafra disse: "Os três ex-Dead Kennedys venderam os direitos da banda à Manifesto Records sem minha autorização... e estão planejando shows... Aparentemente, o vocalista agora é Brandon Cruz, do Dr. Know."

"Deixem que os fãs façam o julgamento. Pessoas têm reclamado de não estarem sendo avisadas de que não faço parte da 'banda' ao comprarem ingressos.... Por favor, saibam que não faço parte dessa enganação... Acho que eles estão tirando vantagem de um veredicto legal sem que a Justiça ouça a nossa apelação... Pedi a eles que retirem o meu nome de todos os relançamentos... Não me levem a mal... Sempre tive orgulho do Dead Kennedys e do que nós representamos às pessoas. Mas o que eles estão tentando fazer é pintar o logotipo do McDonalds na Mona Lisa."

O ex-vocalista criou no site o "Jello Biafra & Alternative Tentacles Records' Legal Defense Fund", através do qual aceita ajuda financeira como "contribuição apenas para o pagamento de despesas legais."


11/01/2001

Discos do Rock Nacional / Anos 90

Essa é minha lista simbólica dos discos das bandas nacionais de pop/rock nos anos 90. Estão representados não apenas os melhores, mas também os mais importantes. Procurei faze-la baseando-se nas bandas de maior reconhecimento, as mais “acessíveis”, deixando de lado os grupos mais indies, undergrounds, de outras tendências e o escambau, para não particularizar a relação abaixo. Muitos desses discos eu nem ouço com freqüência mais, porém é interessante comenta-los para quem está afim de ficar por dentro do gênero ou principalmente pra quem conhece analisar, aceitar ou discordar da minha opinião. Aceito qualquer tipo de comentário: toloi2@ig.com.br .

( Felippe Toloi )


Barão Vermelho – Na Calada da Noite: Fiéis ao rock ‘n roll e abertos a diversas tendências, esse disco representa a fase que o Barão encontrou sua identidade, superando a ausência de Cazuza. Depois disso , “Carne Crua” é um grande aperitivo e merece ser lembrado. E só.
Destaque: Política Voz.

Chico Science & Nação Zumbi – Afrocíberdelia: Uma pena o “caranguejo beat” ter ido desta para melhor cedo. Realmente um cara antenado que conseguiu (não sei se intencionalmente) formar um movimento. Neste segundo disco, a explosão química está mais infernal, em um compendio de “trocentas” vertentes. A guitarra potente de Lucio Maia, mezzo “funky”, mezzo “heavy”, equipara-se ao grande John Frusciante do Red Hot Chili Peppers.
Destaques: O Cidadão do Mundo, Sangue de Bairro, Amor de Muito.

Devotos do Ódio – Agora Ta Valendo: Esse entra porque é um grande representante do Punk Rock Hardcore brasileiro. Saiu bem acabado, criativo dentro do estilo, hoje tão batido. Honesto e bastante conciso, só reafirma que Recife foi o grande pólo de novas experiências dentro do pop/rock nacional nos anos 90.
Destaques: Dia Morto, Pertencer, Eu Tenho Pressa.

Engenheiros do Hawaii – Simples de Coração: Não sou muito admirador dos caras não. Coloco esse disco como o melhor da carreira. Por que? Não é conceituado, nem possui referencia descarada ao som progressivo. Apenas excelente musica pop, letras chicletudas e guitarras ganchudas.
Destaques: À Perigo, A Promessa, Hora do Mergulho.
Legião Urbana – O Descobrimento do Brasil: O furacão de vendas do rock nacional esperou baixar a poeira em volta do sucesso e tiraram um coringão da manga (quer dizer, da mesa de estúdio), recheado de boas referencias. Grandes canções, como sempre, marcando um tempo agradável na carreira de Senhor Renato Russo e Cia.
Destaques: A Fonte, O Descobrimento do Brasil, Giz.

Lobão – Nostalgia da Modernidade: O musico pagou e continua pagando o preço por acreditar na sua competência, apostando na sua capacidade musical. E isso é que é legal. Ele está pouco se fode*** pro “estabilishment”. Aqui começava a saga de uma trilogia respeitosa, seguida respectivamente por “Noite” e “A Vida é Doce”. Nine Inch Nails e Massive Attack triturados e digeridos no ponto ideal.
Destaque: Samba da Caixa Preta.

Los Hermanos – Los Hermanos: É divertido ouvir as pessoas malharem a banda por causa de “Anna Julia”. Mais patético ainda, aquelas que conhecem o disco e ainda assim fazem cara feia. Acontece que não no momento nenhuma outra banda tão honesta, eficiente, agradável (liricamente e musicalmente falando) e ousada. Principalmente depois de “Bloco do Eu Sozinho”. Como disse meu amigo Fábio, “Ouça “Azedume”, “Lagrimas Sofridas” e “Descoberta” e 1h 30 depois a gente conversa”.

Mundo Livre S/A – Carnaval na Obra: Disco mais bem acabado da carreira dos pernambucanos. Livrando-se da sombra do parceiro Otto (que abalou com o excelente “Samba pra Burro” e encontrou sua personalidade) misturaram samba-rock “jorgebenjornianos” e “guitarreiras” à la Radiohead. Fundamental. Fred 04 não canta porra nenhuma. Mas e daí? Precisava?
Destaques: Maroca, Compromisso de Morte.

O Rappa – Lado B, Lado A: Obra-prima que consagrou os cariocas. Elogiado por público e critica especializada, o Rappa juntou todos seus elementos sonoros e fez o bicho pegar. Atualmente re-arranjaram as canções pro disco ao vivo, graças aos flertes e parcerias com a galera do Asian Dub Foundation e Sepultura. Politizados e preocupados com o social são o principal representante do cenário pop/rock atualmente. Alguém duvida?
Destaques: O Que Sobrou do Céu, Lado B,Lado A , Favela

Os Paralamas do Sucesso – Severino: O namoro do Paralamas com a MPB iniciou-se neste disco. Mas nada chato e intelectuolóide como fazem alguns medalhões da chamada “nova MPB”. A expressão correta para definir o momento dos cariocas pode ser “maturidade musical”.
Destaques: Vâmo Bate Lata, Trac-Trac.

Pato Fú – Televisão de Cachorro: Os mineiros são um grupo ímpar dentre o cenário nacional. Músicos competentes, preocupam-se com as peculiaridades sonoras de cada disco e todos soam excelentes. O troféu ficaria com Ruído Rosa, mas já que o assunto é 90’s, “televisão” é o que melhor representa a importância do quarteto.
Destaques: A Necrofilia da Arte, Licitação.

Planet Hemp – Usuário: Os malandros podem ter perdido o discurso no meio do caminho e ficarem panfletários. Mas é algo que a galera da periferia não desconsiderará. Usuário não é o mais bem acabado disco da banda, “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça” tem rimas mais bacanas e bases mais chapantes, mas leva o meu voto por ser mais cru e inovador á sua época.
Destaques: Mantenha o Respeito, Dig Dig Dig (Hempa), Futuro do País.

Raimundos – Raimundos: Marco histórico do escracho no rock nacional. Como explicar essas coisas? O disco poderia ter ficado apenas no boca-a-boca dos independentes. Levaram um disco de ouro pra casa, feito inédito de uma gravadora underground no Brasil. Rock despretensioso, mas bem sucedido. As letras de Rodolfo, se não eram inteligentes, davam de 8x1 nas ultimas empreitadas dos malacos de Brasília.
Destaques: Cintura Fina, Bê a Ba, Rapante, MM’s.

Skank – Maquinarama: Sempre fui xingado e criticado por defender o Skank, embora o grupo não tivesse ainda demonstrado toda sua eficiência nos CD’s. Mas quando menos se esperava (eu pensando em um aCÚstico, ou ao vivo, como surgiu depois) veio um míssel nuclear chamado Maquinarama. Influencias díspares, pop britânico, Asian Dub Foundation, psicodelismo e nostalgia sessentista.
Destaques: Rebelião, Fica, A Última Guerra.

Tantra – Eles Não Eram Nada: Esse aqui alguns vão questionar (pra não dizer, agredir moralmente), mas vale ser lembrado, é especial. A primeira e única empreitada dos músicos de apoio das turnês da Legião é um discaço, atípico aos plágios asquerosos que alguns pseudofãs/músicos “elaboraram” pra faturar dinheiro por aí (pensou Cogumelo Plutão, Catedral?). Guitarras bem trabalhadas, lembrando mais grunge que pós-punk. Pena a banda ter acabado por aqui. A minha idiossincrasia da lista. Melhor que Legião, pelos menos a dos anos 90.
Destaques: Mordacchia, Corvos Sobre o Campo, Érika.

Titãs – Titanomaquia: A última recordação de criatividade que sem tem noticia. Apesar de pretensioso, o disco é foda e mostra que a banda não precisava virar toda essa coisa fajuta e inofensiva de hoje em dia. Mostra também que Arnaldo Antunes só serve mesmo pra fazer parte de trupe. Depois, ficou mala.
Destaques: Estados Alterados da Mente, Dissertação do Papa Sobre o Crime Seguida de Orgia, De Olhos Fechados.