The Dog Hits

Uma espelunca.

6/24/2008

Queens Of The Stone Age - I'm Designer

My generation’s for sale
Beats a steady job.
How much have you got ?
My generation don’t trust no one
Its hard to blame
Not even ourselves
The thing that’s real for us is: Fortune and Fame
All the rest seems like work.
Its just like Diamonds
In shit

I’m high class I’m a Whore
Actually both
Basically I'm a Pro
We’ve all got our own style
Of Baggage
Why hump it yourself?
You’ve made me an offer that I can refuse
Cos either way I get screwed
COUNTER PROPOSAL:
I go home & Jerk Off

It’s truly a lie. I counterfeit myself
It’s truly a lie. I counterfeit myself
You don’t own, you don’t own, you don’t own
You don’t own what none can buy
You don’t own
NEITHER DO I

High and mighty you say selling out is a shame. Is that the name of your book?
Push a silver spoon in your ass. No more holding us down
dog. down mutt. Nice mutt

You’re insulted You can’t be bought or sold.
TRANSLATION: offer too low
You don’t know what you’re worth.
It isn’t much
My piano is for sale.
How many times must I sell myself before my pieces are gone ?
I’m one of a kind !!!
I’m designer!

Never again will I repeat myself
Enough is never enough
Never again will I repeat myself

It used to be the plan was: SCREWING THE MAN
Now its HAVE SEX WITH A MAN (after he buys you dot-com for sale at a low, low price)

It’s truly a lie, I counterfeit myself
Its truly a lie, I counterfeit myself
You don’t own , you don’t own, you don’t own me
You don’t own what none can buy
You don’t own
NEITHER DO I

6/18/2008

O Surrealismo da dupla Lynch/ Badalamenti

Por Felippe Toloi - (da minha antiga coluna Sonoras)



Eu sugiro aqui, neste espaço, a criação do ditado "Ao lado de um grande cineasta sempre há um grande compositor". A dupla David Lynch e Angelo Badalamenti é um dos melhores exemplos para a constatação dessa premissa. Trabalhando juntos há quase 20 anos, eles aliaram ao suspense - um gênero às vezes meio óbvio e clichê do cinema - o surrealismo enigmático.


Badalamenti é o grande responsável pela construção sonora do estilo introspectivo que rodeia o universo Lynch. A maioria das trilhas sonoras, criada para os filmes do cineasta, tem o dedo do compositor. Natural do Brooklyn, Nova York, Badalamenti cresceu apurando bem os ouvidos, acompanhando óperas e música clássica, até se formar na Manhattan School Of Music. A primeira oportunidade numa produção de Lynch foi em Veludo Azul (1986). O músico, que havia sido chamado para aprimorar as cenas de canto da atriz Isabella Rosselini, logo conquistou a aprovação do diretor e assumiu o posto de compositor oficial, fazendo suas primeiras orquestrações climáticas e obscuras, além de revisitar clássicos de Roy Orbison e Bobby Vinton para a trilha.


Enquanto seguiu compondo para Lynch, em Coração Selvagem (1990), mantendo a fórmula formada por música clássica e rock-and-roll antigo, Badalamenti preparou sua primeira obra-prima. Originário da série de TV homônima, Twin Peaks - Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992) traz uma trilha sonora brilhante que pega carona no surrealismo característico do diretor: sons sintetizadores experimentais, inserções jazzísticas e sons ambientes. As variações melódicas captam com eficiência o modo bucólico dos habitantes da pequena cidade. O tema principal é um dos mais belos e geniais da história. A trilha de Twin Peaks ainda conta com a participação da cantora Julee Cruise, na faixa Questions In a World Of Blue, que também esteve presente em algumas das trilhas anteriores.


A marca característica da dupla seguiu impregnada no indispensável A Estrada Perdida (1997), dividida entre as criações loucas de Badalamenti com a participação de astros do rock , como Trent Reznor (Nine Inch Nails), Marilyn Manson, Smashing Pumpkins, David Bowie, Lou Reed, Rammstein (grupo para o qual Lynch chegou a dirigir alguns clipes) e até uma faixa de Tom Jobim, Insensatez, e em Cidade dos Sonhos (2001), que mistura música ambiente com downtempo, swing de cabaré e faixas ligeiramente jazzísticas. Não tenho receio de afirmar que a sonoridade delirante dessas duas trilhas, realizadas com a concepção de seus filmes, foi recursora do gênero horror jazz.


História Real (1999) foi mais um filme com trilha de Badalamenti, o único que destoa um pouco dos anteriores, no qual há mais violões que experimentos, captando o clima do enredo. O compositor ainda é responsável pelas trilhas de A Hora do Pesadelo 3 (198 7), Vivendo naAmérica (1989), Ladrão de Sonhos e, recentemente, Eterno Amor (2004). É óbvio que David Lynch já tinha essa percepção estética e sonora para suas produções, vide seus primeiros filmes, como os bizarros Eraserhead (1977), O Homem Elefante (1980) e o f uturista Duna (1984), nos quais apostou em orquestras e no rock de vanguarda. Porém, faltava um Badalamenti para ser sua peça-chave.

6/16/2008

Crônica do Amor



Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.


(Por Arnaldo Jabor)

6/07/2008

A Única Coisa Duradoura Que Podes Criar


A mamã costumava dizer-lhe que tinha muita pena. As pessoas tinham andado a trabalhar durante tantos anos para fazer do mundo um sítio organizado e seguro. Ninguém percebera como ele se iria tornar aborrecido. Com todo o mundo dividido em propriedades, com os limites de velocidade e as divisões por zonas, com tudo regulado e tributado, com todas as pessoas analisadas e recenseadas e rotuladas e registadas. Ninguém tinha deixado muito espaço para a aventura, exceptuando, talvez, a do género que se pode comprar. Numa montanha-russa. Num cinema. No entanto, isso seria sempre uma excitação falsa. Sabes que os dinossauros não vão comer os míudos. Os referendos recusaram com os seus votos qualquer hipótese de um desastre falso ainda maior. E porque não existe a possibilidade de um desastre verdadeiro, ficamos sem nenhuma hipótese de termos uma salvação verdadeira. Entusiasmo verdadeiro. Excitação a sério. Alegria. Descoberta. Invenção.
As leis que nos dão segurança, estas mesmas leis condenam-nos ao aborrecimento. Sem acesso ao verdadeiro caos, nunca teremos paz verdadeira.
A não ser que tudo possa ficar pior, nunca poderá ficar melhor.
Isto eram tudo coisas que a mamã lhe costumava dizer.
E dizia-lhe mais:
- A única fronteira que ainda tens é o mundo dos intangíveis, tudo o resto está demasiado controlado.
Aprisionado dentro de demasiadas leis.
Por intangíveis ela quer dizer a Internet, os filmes, a música, as histórias, a arte, os boatos, os programas de computador, tudo o que não é real. Realidades virtuais. Coisas imaginadas. A cultura.
O irreal é mais poderoso que o real.
Porque nada é tão perfeito como tu és capaz de imaginar.
Porque são só as ideias intangíveis, conceitos, crenças, fantasias que duram. A pedra esfarela-se. A madeira apodrece. As pessoas, bem, essas morrem.
Mas coisas tão frágeis como um pensamento, um sonho, uma lenda, essas continuam para sempre.
Se conseguires mudar a maneira como as pessoas pensam, dizia ela. A maneira como elas se vêem a si próprias. A maneira como vêem o mundo. Se fizeres isso, consegues mudar a maneira como as pessoas vivem as suas vidas. E isso é a única coisa duradoura que podes criar.

(Chuck Palahniuk, autor de livros como Fight Club - Clube da Luta, em 'Asfixia' )

FACTÓTUM


"Eu era um homem que se fortalecia na solidão. Ela era pra mim a comida e a água dos outros homens. Cada dia sem solidão me enfraquecia. Não que me orgulhasse dela, mas dela eu dependia. A escuridão do quarto era como um dia ensolarado para mim. Tomei um gole de vinho.

Subitamente, o quarto se encheu de luz. Houve um estrépito e um rugido. A linha elevada do trem passava ao nível da minha janela. Havia uma estação de metrô ali. Olhei para a fila de rostos nova-iorquinos, que me olharam de volta. O trem se demorou e, então, partiu. O quarto ficou escuro. Logo voltou a se encher de luz. Outra vez olhei para os rostos. Era como uma visão do inferno constantemente repetida. Cada novo carregamento de rostos era mais feio, demente e cruel que o anterior. Bebi o vinho.

Aquilo continuou : escuridão, depois luz; luz, depois escuridão. Terminei a garrafa e fui em busca de mais. Voltei, tirei a roupa, retornei para a cama. As partidas e chegadas dos rostos continuavam: era como se eu estivesse tendo uma visão. Eu era visitado por centenas de demônios que o diabo em pessoa não podia tolerar. Bebi mais vinho."

(trecho do livro de Charles Bukowski)

6/03/2008


GIFT =)